O Vendedor Silencioso



Você já parou para pensar como as embalagens são componentes importantes dentro do mix de marketing? Como conseguem revolucionar determinados segmentos, criar novos comportamentos de compra, segmentar de forma mais efetiva os mercados, comunicar de forma efetiva os verdadeiros diferenciais de seu produto, mostrar o seu posicionamento, entre tantas outras estratégias? Mas, será que as organizações sabem utilizar, de forma mais eficaz, este importante componente no mix de produto? Para ser sincero, acredito que não. Apenas algumas organizações conseguem perceber os benefícios da embalagem, e vamos a alguns exemplos daquelas que souberam utilizar, de forma criativa, este importante componente mercadológico.
Talvez poucos se lembrem, mas antigamente comprávamos leite em saquinhos plásticos. Era uma tremenda dor de cabeça, pois, além de ter sua data de validade bastante reduzida, havia um certo perigo em seu transporte. Eu morria de medo que o saquinho estourasse ou caísse no chão, quando minha mãe mandava comprar na padaria. Era um pesadelo! Até que surgiu no mercado a embalagem Tetra Pack, que revolucionou o mercado e mandou para escanteio os antigos e terríveis saquinhos de plástico. Uma revolução em termos de produto e de comportamento de compra. Hoje podemos comprar leite para o mês todo, e não precisamos ir à padaria todo santo dia. O mesmo aconteceu com as embalagens a vácuo de café, que acabou com as máquinas de torrefação que existiam nos pequenos mercados de bairro.
A embalagem facilita a comunicação do produto, por isso a chamamos de “O vendedor Silencioso”. Esta comunicação pode ser entendida como uma forma de diferenciar o produto, como no caso do Leite Moça da Nestlé, que agora possui uma embalagem mais arredondada, o que, para alguns, é para mostrar as curvas de uma moça e para outros, para poder se diferenciar dos concorrentes que, com a embalagem anterior, era facilmente copiada e confundida, propositalmente. Mas, independente de qual for o objetivo, as duas formas são eficazes para diferenciar e comunicar os atributos do produto.
Temos também as embalagens da Coca-Cola com suas variações e termos de tamanho, desde as mini embalagens para atingir ao público de baixa renda, devido ao seu preço sugerido de R$ 0,50, até as embalagens com maior litragem, destinadas a outros segmentos de mercado.
Ajudam a eficiência no uso do produto, como no caso das embalagens de pasta de dente. Anteriormente eram feitas de alumínio, o que prejudicava a plena utilização do produto, pois sempre ficava um restinho no tubo. Agora, com as embalagens de plástico, conseguimos usá-la em toda a sua totalidade.
Ou podemos destacar a facilidade de utilização, como no caso das embalagens do molho de tomate Pomarola, que aposentou os terríveis (no meu caso impossível de usar) abridores de lata. Agora, em suas embalagens, basta apenas puxar o dispositivo de lacre que, como em um passe de mágica, o produto é aberto sem a utilização de nenhuma ferramenta de cozinha.
As embalagens da maionese Hellman´s, que agora passaram a ser de plástico, porque perceberam que a maioria de seus consumidores eram crianças e, para impedir possíveis acidentes domésticos deixaram de ser produzidas em vidro. Um ótimo exemplo de como uma empresa, estudando o comportamento do consumidor, conseguiu modificar o seu produto para melhor atender aos seus consumidores.
Bom, são tantos casos da plena utilização da embalagem, que poderíamos ficar a semana toda listando os exemplos e sua utilização em termos de marketing. Mas, o mais importante é destacar que todos os itens do mix de marketing são importantes para a sua organização. Digo isso porque a grande maioria dos profissionais pensa apenas em termos de propaganda, parece que é mais charmoso. Porém, sempre existem outras formas mais efetivas de comunicação com seus consumidores, e a embalagem é uma peça chave neste processo, ainda mais sabendo que a grande dos consumidores decidem a sua compra no PDV. Portanto, não negligencie este importante item mercadológico.

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